quinta-feira, 24 de junho de 2010

Preparação Física para Lutadores de MMA - parte II_Treino específico para aquisição de Potência

Amigos leitores, a sessão de treino teve por objetivo o trabalho de força rápida.

Para isso, foram utilizados dois meios: Arremesso em pé 1 (primeira fase do arremesso, sendo o mesmo caracterizado por apenas leve flexão dos joelhos após a puxada) com aproximadamente 90% de 1 repetição máxima do Arremesso 1 (primeira fase do arremesso utilizando o agachamento para diminuir a altura de elevação da barra) + chutes laterais.

Utilizamos também, como ferramenta de treino, músicas de Bach, Verdi, Dvorak e Tchaikovsky, para auxiliar na concentração do atleta. Método que vêm se mostrando de extrema eficácia para a assimilação de técnicas de levantamento de peso.

Primeiramente, utilizamos o agachamento frontal como ferramenta de aquecimento com carga em torno de 70 % de 1RM para aproximadamente 2 repetições - poucas séries. Após fomos para o aquecimento com a barra, realizando movimentos do levantamento de peso.

A sessão de treino caracterizou-se por ser relativamente curta (em torno de 45 minutos) com alta mobilização energética e longa pausa.

Foram 6 séries ao todo, com, em média 2 estímulos de Arremesso em Pé 1 e 10 a 20 segundos de estímulos de chutes laterais (dividos em perna direita e esquerda) que resultavam em 9 a 24 chutes laterais ao todo.

As micro-pausas de 5 a 10" ocorriam após o Arremesso em Pé 1 e na troca de pernas.

A macro-pausa, após o circuito, durou em torno de 3 a 5 minutos.

Observamos que a técnica do atleta no levantamento de peso melhorou muito, embora ele tenha cometido alguns erros, como postura de saída, na puxada e no giro de cotovelos ao fixar a barra nos ombros.

Obrigado,

Rodrigo Dall'Aqua

terça-feira, 22 de junho de 2010

Preparação Física para Lutadores de MMA - parte I

Caros amigos leitores, hoje postarei sobre uma nova experiência que venho vivenciando ultimamente, a de treinar lutadores de MMA, especificamente o lutador Anderson Taquari e o Fábio Silva.
Juntamente com os amigos e colegas de trabalho Rafael Squassoni e Ângelo Schizzi, estamos realizando um trabalho de preparação física para auxiliá-los na aquisição de força-rápida para as lutas.
Postarei 3 vídeos do atleta Taquari (60 kg) treinando Levantamento de Peso.

Nessa parte, enfatizamos muito a aprendizagem da técnica: detalhes como proximidade da barra, puxada, giro de cotovelos são essenciais para o atleta relembrar sempre.

Utilizando as técnicas do LPO, o atleta Taquari levanta a barra com 70 kg, aproximadamente 80% de seu arremesso, no exercício denominado de arremesso em pé 1 (apenas a 1ª fase do arremesso, sem levantar a barra acima da cabeça). Trabalho que utilizamos para aquisição da técnica.

Aqui já estamos em outra sessão, realizando um circuito de aprox. 3' de exercícios (arremesso em pé1 - 60kg na barra, arranque com halter - 24 kg, giro de anilha - 10kg) por 1' de intervalo - eventualmente utilizamos chutes laterais ao fim, mas como o atletas estava fadigado, resolvemos interromper a sessão.

Considerações finais

Sobre as capacidade motoras desenvolvidas durante o levantamento de peso, Stone et al. (2006) consideram óbvio que eles adquirem uma grande força e potência, e citam diversos exemplos de levantadores de peso de elite que são capazes de levantar, sobre a cabeça, cargas três vezes maiores do que seu peso corporal durante o arremesso, sendo que mais de 20 mulheres já levantaram o dobro de seu peso corporal nesse mesmo exercício de competição.

Já em relação à qual capacidade é mais desenvolvida: força máxima ou potência, Charniga Jr. (2001) reporta que um levantador de peso não possui tempo para impor toda sua força máxima para o arranque, pois o tempo real que ele possui para produzir tal força é inferior a 1 segundo. Neste sentido, Garhammer (1993) afirma que pesquisas têm mostrado que o levantamento de peso envolve uma alta produção de potência. Um exemplo dessas pesquisas é o estudo de Fry et al. (2003), onde os autores mostram que levantadores básicos de elite ("powerlifters") são capazes de produzir maiores potências do que indivíduos não treinados. Essas maior capacidade de produzir potência pode, de acordo com os autores, não ser tão grande quanto à observada nos levantadores de peso.

Assim, baseando-se no estudo de Fry et al. (2003), as características musculares que mais contribuem para uma performance de sucesso no levantamento de peso básico aparentam ser: (a) maiores porcentagens de fibras do tipo IIa, porcentagem da área dessas fibras e porcentagem de MHC¹ IIa e (b) uma menor porcentagem de fibras do tipo IIb e porcentagem da área da mesma., características que, de acordo com Fry et al.(2003b), são similares às apresentadas por levantadores de peso.

Levando em consideração o alto volume total de treino de um lutador de alto rendimento de MMA - o que caracteriza um trabalho dos componentes que envolvem a resistência muscular e cardiorespiratória, pois mesmo que na sessão de treino não seja prioridade o desenvolvimento da resistência, mas sim da técnica ou da potência do golpe, ao longo do microciclo (diversas sessões ao dia), ele estará desenvolvendo a resistência. Assim, há a necessidade de que a sessão de treinamento com pesos objetivando a aquisição de potência muscular seja realizada logo no início do dia. E mais, que o treinamento com pesos seja direcionado ao trabalho das fibras IIa e IIb (ou IIx), ou seja, um trabalho específico de recrutamento de Unidades Motoras - pouco trabalhado nas sessões de treino do lutador: treino de Levantamento de Peso!

Futuramente acrescentaremos treinos do atleta Fábio Silva.

Abraços.

Rodrigo Dall'Aqua

Empresas Gaúchas LTDA



Hoje, após um longo período de "inadimplência blogal", retorno às atividades com um tema que está me deixando à beira de um distúrbio neurótico: o "apoio" (ou falta de...) que as empresas de nosso Estado ("meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul...") fornecem ao Esporte (em relação ao Esporte, retira-se tudo o que for vinculado ao futebol e às modalidades já estabelecidas em nosso país, como vôlei, e também as modalidades de classe econômica mais favoráveis, como iatismo e hipismo).




É impressionante o quão tradicionalista o gaúcho há de ser em palavras e quão deixa de ser em suas atitudes.




Em se tratando de esportes, pior. As empresas gaúchas e seus respectivos diretores são meros cantores de música tradicionalista ao "apoiarem" (deixarem de...) os esportistas de nosso Estado. Fazem propagandas de "amor" e de "orgulho", de orgulho do modo de ser do gaúcho, de orgulho de suas raízes, mas quando é hora de agir, de formar gaúchos saudáveis, respeitosos e com ambições de vitórias... aí é tarefa para o GOVERNO. Pobre da Yeda e de quem quer que seja. Com os funcionários públicos que temos.... não todos, mas a maioria é um bando de políticos inescrupulosos. Principalmente os que trabalham em "prol" do esporte.




Mas faz parte da cultura de nosso Estado. Falar de mais. Agir de menos. Talvez isso não venha das raízes da cultura, e fora apenas inserido pela cultura brasileira. Mas o fato é que empresas fortes, de origem gaudéria, são as que mais "enrolam" os órgãos esportivos que buscam apoio, não dizendo "não" no momento, mas sempre protelando essa negativa resposta, dando esperanças para os inexperientes do marketing, mas trabalhadores do esporte.




Tudo isso faz com que eu perca o "orgulho" de ter nascido nesse Estado. Estado que ultimamente tem se mostrado mais brasileiro do que gaúcho. Mais brasileiro ao fato de as emissoras daqui só comentarem futebol. Prestigiarem ídolos que não fazem questão nenhuma de reconhecer suas origens - veja o Ronaldinho "Gaúcho" - Gaúcho só no nome, saiu do Grêmio de modo cínico e traidor.




Mas o que me mantêm as esperanças é que ainda existem pessoas de fora que amam esse Estado mais do que muitos daqui.