sexta-feira, 2 de maio de 2008

Eenvelhecimento Precoce


Começarei essa coluna comentando sobre um atleta brasileiro que, assim como todos os levantadores de peso e praticantes de outras modalidades nesse país, não recebe nem 50% das congratulações e respeito que esse mesmo país fornece aos nem tão eméritos assim jogadores de futebol. Esse atleta a quem me refiro chama-se RICKSON GRACIE.




Rickson possui uma enorme admiração e respeiro lá fora, no Japão e no "mundo" Oriental. Um mundo completamente diferente do nosso. Ainda.




Nesse "mundo", ele é visto como um Samurai, que derrota seus oponentes com a mente. Não que ele não possua um físico espetacular, muito bem treinado, mas seu poder de concentração é fora do normal. Ele possui um cartel de mais de 400 lutas, e ainda não conhece o sabor da derrota. Lutas muito contestadas. Alguns invejosos dizem que ele ganhou todas porque nunca lutou contra os melhores do MMA (Mixed Martial Arts - Vale-Tudo). Mas, na minha opinião, 400 lutas são 400 lutas.




Ele acredita que as lutas do Pride, UFC e outras organizações, são muito violentas, perdendo a magia do confronto entre os diferentes tipos de artes marciais. Opinião dele. Discordo, pois admiro o Pride e UFC. Porém, respeito a opinião de um grande vencedor e, ao mesmo tempo, tenho total certeza de que, se ele resolvesse competir nesse tipo de combate, ele seria um grande vencedor. Pois sua força está muito bem trabalhada. Talvez tivesse alguns combates duros com Mirko, Fedor e Rodrigo Minotauro. Talvez perdesse algumas lutas. Mas com certeza seria a mesma lenda que é hoje! E mesmo assim, continuaria sendo renegado pela mídia esportiva brasileira, que pouco (ou nada!) comenta sobre essa modalidade esportiva. Comenta mais sobre fórmula 1, stock car, e outras modalidades que Galvão Bueno é "especialista". Sem comentar no "créu". Nem menciono futebol, voleibol e outras modalidades com bola. Não teria nem graça.
RICKSON GRACIE é a prova que existe a possibilidade de irmos contra 99,9% da população ocidental, que acredita que após os 30 anos de idade você se torna “velho” demais, incapacitado para certas atividades, como por exemplo, jogar futebol, lutar, levantar peso.





Refiro-me a população ocidental devido que no Oriente, observamos uma cultura um tanto que diferente, onde com o passar dos anos o Homem não se torna menos capacitado, e sim, mais sábio, apto a ensinar! Infelizmente, a "ocidentalização" do oriente, as vezes faz com que esse valor seja mal compreendido.





Não podemos confundir o termo "mais experiente" com "desempenho". Experiência está relacionada única e exclusivamente com o tempo. Quanto mais tempo de prática, mais experientes nos tornamos. Já o desempenho, esse é um fator que possui incontáveis variáveis. O desempenho, chamado também de “performance” pode ser atribuído ao "momentum", ou seja, quando dois atletas de mesmo nível competem entre si, o que estiver em um melhor momento, vencerá. Porém esse "momentum", possui diversas outras variáveis como o psicológico (não aquele psicológico que os comentaristas “esportivos” tanto falam na televisão). Psicológico, como qualquer outra valência física, é treinável. Mas não através de festas e palestras de psicólogos como comumente acontece no “Mundo do futebol”. Psicológico se treina através de muita dedicação, mentalizando, meditando, e até ouvindo palavras de incentivo e de superação.





Levantadores de peso e basistas sabem muito bem o que é isso. Fisiculturistas e lutadores também, assim como atletas de diversas outras modalidades (principalmente as individuais). Porém, claro, existem atletas (ou treinadores) que desconsideram. Optam apenas pelo caminho mais fácil: as drogas – o doping! (outra variável da performance). Quem usa a melhor substância, treina melhor, possui uma melhor recuperação e conseqüentemente, um melhor rendimento na prova ou no jogo.




Repouso também auxilia (e como!) no rendimento, assim como a alimentação (fundamental). A iniciação ao esporte (aos esportes, melhor dizendo) é de extrema importância caso queiramos produzir um futuro atleta campeão olímpico. Como exemplo, podemos citar a China (sede dos Jogos Olímpicos de 2008), onde a criança aprende em torno de 6 modalidades esportivas diferentes por semestre na escola. Diferentes modalidades, que poucos possuem conhecimento ou prática aqui no Brasil, como paddel, badminton, squash, taekwondo, rugby, luta greco-romana, yoga, etc. Tudo isso os chineses aprendem sem sair da escola! Não precisam pagar aulas particulares ou serem convidados a fechar contrato com determinado clube aos 15 anos. Ao finalizar o segundo grau, eles certamente possuem uma experiência corporal enorme, tornando-os mais aptos para a especialização em uma determinada modalidade esportiva. Muito diferente do Brasil, onde aprendemos algumas modalidades com bola (futebol, futsal, voleibol, handebol e basquetebol) e, em algumas escolas aprende-se judô e outras artes-marciais. Ou seja, o que nós, brasileiros, aprendemos durante toda a nossa vida escolar, os chineses aprendem em, no máximo, um ano. Mas isso é pauta para posterior discussão.




Retornemos ao nosso tema principal: noção de “velhice”. Como citado anteriormente, Ryckson Gracie é o maior exemplo de que, mesmo após a juventude, podemos realizar todos os nossos desejos. Nunca é tarde para re-começar. Ele não precisou re-começar, porém ele, através de sua mente, trabalhada ao limite, possui condições de enfrentar lutadores com a metade de sua idade.
A ciência por muitos anos propagou a idéia de que, após os 30 anos de idade, o homem começa a produzir menos testosterona, diminuindo assim, a capacidade de produzir força e potência. Porém, os cientistas menos estudiosos (e são muitos!) levaram essa afirmação ao pé da letra! Ou seja: “passou dos 30, está piorando, caindo!” A mídia apoiou. Até hoje ouvimos vários “estudiosos” comentaristas (que na real são apenas pessoas com internet ao lado e que lêem as estatísticas como se fossem leis) afirmando com a maior autoridade que tal jogador tem que se aposentar, ou que certo lutador tem que parar de lutar porque será muito desigual ele lutar contra alguém no “auge dos vinte anos”. Será que a idade pesa tanto quanto dizem? Acho difícil, até porque a definição de anos foi o próprio homem quem inventou. Assim, será que aos 29 você está no auge, e aos 30 está no fundo do poço?


O que argumento é que a ciência não está errada. Porém, quando tratamos de indivíduos fisicamente ativos e, principalmente, atletas de elite, a história é completamente diferente. Em esportes como levantamento de peso, fisiculturismo e atletismo, onde a iniciação ainda não está tão precoce, observamos que os atletas possuem o ápice de sua carreira próximo ou após os 30 anos. Porém, naqueles esportes em que a iniciação esta sendo muito precoce, como é o caso do futebol, onde, hoje, há crianças de 12 anos que estão se tornando semi-profissionais (pois o que fazem na vida é apenas jogar futebol), esse auge é antecipado. Alguns dizem que se torna melhor do que seria caso esse ápice fosse mais próximo dos 30 anos. Mas será que essas pessoas que afirmam isso não são os empresários? Lógico, para eles, quanto mais cedo melhor. Porém para o próprio jogador, essa especialização precoce é extremamente maléfica. Futuramente as lesões aparecerão. E estão aparecendo. Vejam todos os jogadores que estão surgindo nesses últimos anos. Alguns escapam das lesões agora através de outros métodos (nada melhor que “injetar” algumas substâncias para fortalecer a musculatura!), porém, ainda não existem métodos que fortaleçam os tendões, e assim, hoje as lesões não aparecem, mas amanhã, elas tornar-se-ão mais graves.




Vejam bem, comecei falando sobre envelhecimento precoce, e agora me deparo comentando sobre especialização precoce! Assim, a conclusão mais lógica é que, quando houve uma iniciação esportiva adequada, podemos observar que os atletas, mesmo após os 30 anos, sempre estiveram em forma e em um nível ótimo de desempenho (não esquecendo que não podemos levar em consideração o desempenho esportivo para determinarmos se aquele(a) atleta está apto ou inapto para a prática do esporte, pois desempenho é muito complexo) como observamos atletas que não possuíram essa adequada iniciação esportiva, especializando-se cedo demais, e que, ao chegarem nos 30 anos, tiveram que se aposentar.





Contudo, o mais importante é que, seguindo o exemplo de Rickson Gracie, que ao ser questionado sobre sua idade, ele sempre responde a data de nascimento e diz que "está pronto!", explicando que não deseja se tornar parte do nosso sistema, um sistema em que se você possui menos de 25 anos é considerado jovem demais, e mais de 30, velho demais. Ele criou dentro de sua mente, seu mundo. E nesse mundo, sua idade é insignificante. O que é importante é sua mentalidade – mental – mente; idade – idade – idade mental. Assim, possuindo essa mentalidade jovial, ele sabe que é capaz realizar tudo que desejar. Nós também somos. Porém, a diferença da maioria de nós para uma pessoa como Ryckson, é que ele possui uma maior experiência sobre sua mente, enquanto nós ainda temos que descobrir a nossa para ficarmos “prontos”.

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Rodrigo Dall'Aqua

segunda-feira, 28 de abril de 2008

ENTREVISTA I

Atleta: Xandão
Nome: Carlos Alexandre da Silveira Dias.
Data de Nascimento: 25 de outubro de 1956.
Modalidade: Levantamentos Básicos




PREFÁCIO

Durante 3,5 bilhões de anos as bactérias (pró-cariotes) foram resolvendo, passo a passo, todos os encadeamentos bioquímicos que edificam e decompõem os constituintes da vida. Desenvolveu-se o primeiro DNA. As bactérias passaram então a fazer simbioses entre si, gerando o núcleo e os protistas. Elas aprenderam mil maneiras de aproveitar as substâncias inanimadas a fim de produzirem a si mesmas, de se manterem vivas e de se reproduzirem. Aprenderam biologia molecular – e como!
Desenvolviam-se no mar as algas azuis (3 bilhões de anos atrás), inventoras da clorofila – fonte de energia solar, universal, gratuita para todos os viventes.
Os invertebrados moles, no mar, começaram, redondo, a 700 milhões de anos, e com os esqueletos, a 570 milhões de anos.
Também no mar surgiram os primeiros vertebrados, os peixes, antes da existência dos vegetais. Os mamíferos apareceram 50 milhões de anos antes das aves.
Após o surgimento dos mamíferos, foi uma questão de tempo (milhões de anos) para que surgisse o Australopithecus, Paranthropus e Kenyanthropus, todos com hábitos semelhantes de vida, assim como o seu aspecto parecido com o chimpanzé. Depois houve a evolução para Homo ergaster e Homo erectus,...chegando a subespécie nossa "Homo Sapiens sapiens".



Séculos e séculos se passaram. Então, após tantas guerras e destruições...eis que surge...na metade do século XX, a CAVERNA!




A bióloga Lynn Margullis, nascida um século após Darwin, também possui um conhecimento amplo e profundo sobre tudo que é vivo e dotada de uma inteligência e sabedoria excepcional, encontrou um número infindável de fatos que mestre Charles ignorava. Baseada em fatos, avançou na idéia pela qual vem batalhando tenazmente, contra a resistência de diversos biólogos mais tradicionais: toda a vida é simbiótica! A natureza desde bem cedo descobriu que juntar dois ou mais indivíduos de espécies diferentes é a maneira mais fácil de produzir “superorganismos”!
Como é lógico: para os seres vivos 1 + 1 não são 2. É outra coisa.
Partindo dessa filosofia, Zeus (ou Júpiter), o rei dos deuses, deus do céu, da luz do tempo, do raio e do trovão. Também provido de enorme conhecimento e sabedoria, resolveu descer a Terra para procriar com outro tipo de ser vivo, porém mortal: o ser humano. Assim, como resultado dessa procriação, surgiu Xandão –O Gigantão!


Entrevista
1. Explique as modalidades do Levantamento Básico. E qual o senhor considera mais importante?
As modalidades são supino, Levantamento Terra e Agachamento. Em minha opinião o Agachamento é o exercício mais importante por compor todos os grupos musculares do nosso corpo. E para realizar um agachamento não é para qualquer um. É o melhor desenvolvimento de supino, melhor desenvolvimento do Levantamento terra, esse é o atleta competente para fazer o agachamento.
2. Comente sobre sua história dentro do halterofilismo. E comente os pontos mais marcantes.
Minha história faz 35 anos. Comecei com 15 anos, na antiga Força e Saúde em Porto Alegre (onde hoje é um supermercado). Mas 30-60 dias depois, meu tio, que me introduziu (introduziu no sentido de colocar-me na prática do halterofilismo): Flávio Moraes, quem me levou para a Academia Atlas, aonde iniciei, com o Turcão (meu primeiro mentor, meu primeiro treinador), a prática do exercício de halterofilismo. A história é longa.
Tudo começou com os campeonatos internos em academias. 21 campeonatos gaúchos, 4 Pan-americanos, 3 ou 4 Sul Americanos e 4 brasileiros (todos na modalidade do Agachamento).-Pontos mais marcantes.
Os mais importantes não foram os campeonatos. Foram a parceria e a interação com as pessoas com quem até hoje praticam esse exercício (que não é para qualquer um!). Se existe um exercício escolhido, ele é o halterofilismo.
3. Principais títulos e conquistas ao redor do Mundo do Halterofilismo.
Mundo do halterofilismo?! Muito Obrigado! Você não tem fita para gravar tudo isso. Meu principal título é ser amigo dos atletas (e ser um) da academia Physical.
4. Quais são seus maiores ídolos no esporte? E seus mentores?
Eu devo muito para meu tio Flávio Moraes, no ano de mil novecentos e alguma coisinha, quem me trouxe para o halterofilismo. E a pessoa mais importante durante o meu re-começo no mundo dos halteres foi o senhor Rubem Carlos (ou Tubarão!)
5. Qual sua opinião em relação aos esteróides?
O atleta de ponta... muito cuidado nessa sua pergunta! (e por sinal muito inteligente)...O esteróide anabolizante é um produto químico necessário para atleta de ponta. Nós somos brasileiros, e como brasileiros somos mal informados. Se nós tomamos...você já deve ter ouvido a expressão “bombado!”. Isso é uma grande ofensa para um halterofilista. O esteróide anabolizante pode ser necessário quando há o acompanhamento médico; e quando instruído também por um profissional de Educação Física, de Fisioterapia, etc. No acompanhamento de um exercício físico orientado. Não tenho nada contra o esteróide anabolizante. Eu sou completamente contra fenótipos criados temporariamente objetivando um resultado simplesmente visual, pois o resultado em termos de rendimento absolutamente não existe nesses casos.
6. Você se lesionou há aproximadamente um ano e meio. Você acredita que a lesão faz parte do esporte? Acreditando que ela faz parte de um processo de seleção natural, onde o atleta que supera a lesão torna-se mais forte?
Perfeito. Praticamente respondeu tudo. Só se lesiona quem ousa. Quem deseja a superação. Exercício a 100% da carga para um atleta de halterofilismo não existe. Sempre acima disso. A lesão é momentânea e temporária. Pior seria a dor se eu não treinasse.
7. Sendo o halterofilismo uma modalidade esportiva individual, a concentração é um fator fundamental. Oleshko (2008) cita que a primeira fase, tanto no arranque quanto no arremesso nos levantamentos de peso (estilo olímpico), é a “interação do atleta com a barra”. Você acredita? Comente.
Acredito. A segunda fase é a respiração. A terceira fase é a concentração (que já estava presente na primeira fase, então podendo ser considerada como uma subdivisão da primeira fase) e movimento final, ele faz parte do treinamento (do dia-a-dia). Esta interação final ela faz parte desses momentos, se essa interação não houver, não existe o exercício (competitivo no caso).
8. Você voltará a competir?
Certamente! Estou vivo, não estou?! Estou treinando! Na única academia que existe. Possui condições em termos de peso, psicológico, grupo, equipe e atletas. Estou fazendo o que aqui, se não sou competidor?!

Mestre Tubarão, Xandão e Rodrigo

Terminamos a entrevista com um dos maiores (em tamanho, conquista e em caráter) atletas que o nosso Rio Grande do Sul já teve em competições de força, que por sinal, ainda são muito pouco (ou nada) divulgadas nesse país. A entrevista foi em um tom de brincadeira para tornarmos a leitura mais agradável, sendo qualquer parentesco do entrevistado com o deus da mitologia grega, Zeus, apenas mera coincidência!

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Rodrigo Dall'Aqua

Levantamento de peso - Capacidades motoras (parte I)

O levantamento de peso tem como capacidades inerentes: coordenação, técnica, força (máxima), potência (força rápida/explosiva), sendo que também exige um bom nível de flexibilidade.
Ao falarmos sobre capacidades motoras (gerais e específicas) e cognitivas, estamos nos referindo aos aspectos fundamentais na preparação do atleta, os quais abrangem: a preparação física geral e especial; a preparação técnica, tática, psicológica e teórica (intelectual) (FORTEZA DE LA ROSA, 2006).
Dividiremos as capacidades motoras em duas partes: as capacidades motoras especiais – capacidades extremamente importantes para o bom rendimento de um levantador de peso, ou seja, as capacidades que devem ser trabalhadas de forma mais intensa; e capacidades motoras gerais – que também são importantes para o rendimento, porém não são determinantes e também não precisam ser desenvolvidas ao máximo (por exemplo, o levantador de peso não necessita ter o mesmo nível de flexibilidade de um ginasta, porém é sempre importante que ele possua uma flexibilidade ótima na região do quadril, dos ombros e dos membros inferiores).
Capacidades motoras especiais Ao falarmos de capacidades motoras especiais, estamos nos referindo às capacidades primárias exigidas no esporte, no caso o Levantamento de Peso. Segundo Verkhoshanski (2001), a experiência motora é a capacidade que determina a rapidez de realização da ação motora. O próprio Verkhoshansky (1991) cita que o mais importante componente específico na preparação de atletas de alto rendimento é a tarefa de desenvolver o potencial motor dos mesmos.Neste tópico iremos conceituar e especificar estas capacidades.
Coordenação - Para Bompa (2002), a coordenação é uma capacidade física que possibilita ao indivíduo assumir a consciência e a execução, levando-o a integração progressiva de aquisições, o que favorece a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na seqüência de movimentos com um máximo de eficiência e economia. Relacionada com a velocidade, a força, a resistência e a flexibilidade, a coordenação capacita o atleta para ações motoras em situações previsíveis e imprevisíveis.
É importante entender o que é coordenação (capacidade coordenativa). Hollmann e Hettinger (2005) a definem como a ação sinérgica do sistema nervoso central e da musculatura esquelética dentro de uma determinada seqüência de movimentos, e a colocam-na como uma forma de solicitação motora e Zilio (2005) cita que sua manifestação nunca ocorre de maneira isolada e independente, pois ela está presente em qualquer ato motor.
Para finalizar, observamos na literatura, que as capacidades e habilidades coordenativas devem ser mais trabalhadas com as crianças. Tudo no seu devido tempo, sem pular etapas. Isso não significa que quando adultos ou ainda adolescentes não devamos mais estimular estas capacidades. Pelo contrário, devemos especificá-las, buscando desenvolver suas variações, relacionando-as com o esporte praticado (PLATONOV, 2004; BOMPA, 2002; WEINECK, 2003; BARBANTI, 2005).
Na prática, observamos que a coordenação e a técnica são trabalhadas de uma forma conjunta, ou seja, não existe exercício de levantamento de peso que trabalhe a técnica e não a coordenação, e vice-versa. Técnica - Segundo Tubino (1979), por preparo técnico, isoladamente, entende-se o treinamento dos fundamentos técnicos individuais acrescidos das estratégias ensaiadas, tudo com o sentido de realizar a prática com recursos técnicos suficientes para o alcance do êxito nos objetivos formulados, executando uma tarefa da forma mais objetiva e econômica possível, porém, Weineck (2003) afirma que o significado da técnica não é o mesmo em todas as modalidades esportivas, sendo que a complementação técnica de um treinamento tem diferentes significados de acordo com a modalidade esportiva.
Verkhoshansky (1995) cita que nos eventos de velocidade-força, a carga de volume não é tão importante quanto à habilidade (técnica). Assim, o que é mais importante é determinado pela eficácia da essência da carga de treino, através da devida combinação e continuidade dos diferentes métodos (incluindo técnica), e também da correta distribuição de altos volumes de carga ao longo do ano, e da alternância de treino e descanso ativo.
Platonov (2004) divide a aprendizagem da técnica em 3 etapas:
- Etapa do Aprendizado Inicial (criam-se imagens sobre a ação motora, nas quais se estabelece a orientação para assimilá-la, prevenindo eliminando os erros);


- Etapa do Aprendizado Aprofundado (aperfeiçoamento da técnica esportiva, suas dinâmicas e cinemáticas, assegurando sua correspondência com as particularidades dos alunos);

- Etapa da Consolidação e Posterior Aperfeiçoamento (aquisição técnica específica para uma modalidade esportiva, onde se estabiliza o hábito e aperfeiçoa-se a variabilidade oportuna em relação às individualidades do desportista).


Principalmente nas duas últimas etapas, deve-se tomar muita atenção com a aquisição da técnica, pois, de acordo com Garhammer (1993) a junção da cinemática da barra muda pouca coisa sobre um período de anos, uma vez que a técnica básica do levantamento for estabelecida. Por exemplo, a altura máxima da puxada durante a competição de arranque para levantadores de elite talvez flutue apenas 2 ou 3 cm ao longo de muitos anos, enquanto o peso levantado e a produção de potência possa aumentar em uma faixa de 10 a 20%. Por isso, para um dado atleta o principal desafio, enquanto o rendimento aumenta sobre o tempo, será na capacidade de produção de potência e não em parâmetros cinemáticos ou aspectos técnicos associados aos levantamentos.
Os métodos de ensino da técnica sugeridos por Hortz & Weineck (1983), apud Weineck (2003) são: método total (instrução direta do movimento como um todo) e método parcial (instrução de movimentos mais difíceis e complexos, treinados em partes), que é bastante utilizado no levantamento de peso (HE, 1992; CHARNIGA JR. 2003).


Charniga Jr. (2003) e He (1992) citam que “o treino de levantamento de peso é baseado na técnica”. E a base dessa afirmação vem da idéia de que existe uma possibilidade real de uma interação negativa com a barra das qualidades físicas, assim como uma transferência negativa de hábitos motores resultados de uma seleção de exercícios de treino e do treinamento de pesos.
Oleshko (2008) concorda com os autores citados anteriormente ao afirmar que um dos principais fatores para uma eficaz preparação de um atleta é o seu grau de domínio da técnica e execução dos exercícios de força.
Vorobyev apud Charniga Jr. (2003) cita que uma importante peculiaridade dos exercícios de levantamento de peso é a sua breve realização, o que torna muito difícil e até relativamente impossível de programar uma consciente correção durante o levantamento da barra, e a possibilidade de impor correções de ações motoras durante o levantamento de pesos máximos é extremamente limitada. Assim, deve ser esclarecido que será menos errôneo se o movimento for automatizado a partir de um controle consciente, e dirigido para um nível baixo de regulação para os estágios neurais mais simples, ou seja, no início da prática da modalidade. Por isso, é surreal para um levantador de peso “pensar” em seu movimento durante o arranque ou o arremesso, ao mesmo tempo em que, com sucesso, levanta a barra com seu máximo de peso possível, sendo que o tempo total ao qual ele levanta a barra, tanto no arranque quanto no arremesso, é de apenas poucos segundos.
Conclui-se que os critérios para o preparo técnico dependem do nível de treino, da qualificação, da categoria de peso e da idade do atleta a ser treinado, pois ao treinar um jovem levantador de peso, deve-se levar em conta, principalmente, o nível de domínio da técnica e de procedimentos isolados, como a utilização de exercícios de preparação especializados, além do uso dos exercícios competitivos (OLESHKO, 2008).
Para o conteúdo não ficar tão maçante, deixaremos a parte da força (força especial e força geral para o levantamento de peso) e a parte cognitiva para a próxima semana, onde também teremos uma entrevista com um vitorioso atleta gaúcho dos levantamentos básicos (modalidade do halterofilismo que será abordada futuramente).
Dúvidas ou sugestões: postem comentários ou enviem por e-mail para rdallsantos@hotmail.com.
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Rodrigo Dall'Aqua dos Santos

domingo, 27 de abril de 2008

Esporte & Meditação


Hoje abordarei um tema novo para mim, um tema que até então considerava ser parte de um segundo plano (mesmo tendo aulas com o Doutor Benno Becker! – famoso psicólogo e escritor de livros como “Manual de Psicologia do Esporte & Exercício” e “Manual de Treinamento Psicológico para o Esporte”, este em colaboração com Dietmar Samulski, outro grande Doutor).
Quando digo Doutor com a letra D em letra maiúscula, não me refiro ao fato de ter um mero doutorado (sem desprezar), porém, pretendo dizer que o fato de você ter desejado ser um doutor em certa área não lhe assegura que você seja melhor que ninguém. Conheço muitas pessoas que mal possuem um título de graduação, porém são digamos “superiores” a diversos “doutores” que devido a esse título conquistado (ou cedido, pois “cá entre nós”, em alguns lugares você tem que, desculpe-me o termo, “puxar o saco” de outros doutores com d minúsculo, para poder ser orientado pelos mesmos), são egocêntricos como os famosos que observamos na televisão todos os dias.
Também não me refiro aos médicos, aos políticos, advogados e aos engenheiros a quem todos chamamos de doutores com a maior “admiração”, pois exercitam profissões que no século XX eram consideradas as mais respeitadas. Não defendendo o meu lado apenas, porém vejo que existem inúmeras outras a quem também devemos o respeito. Educação Física é uma delas, pois ela não só abrange o corpo como também a mente. Algo que pouco conhecemos e que as outras profissões da área da saúde desconsideram, ou se a consideram, como a psicologia, não consideram o corpo.
Infelizmente, poucos profissionais da Educação Física dão valor à mente. Ao cérebro. Ao psíquico. Ao sentimento. A grande maioria foi levada pelas aulas de “BodyMarketing” onde observamos um professor “um tanto que afeminado” com um som altíssimo, pulando e sorrindo como se tudo fosse um mar de rosas, mesmo que naquele momento ele esteja “p.” da vida. Pois a academia ao qual ele trabalha apenas lhe paga 500 reais por mês para destruir seu corpo, ministrando mais aulas do que o mesmo possa agüentar. Ou seja, ele não possui tempo para pensar no poder da mente. Ele apenas deseja dançar, pular e gritar, e então, ir embora. Para, então, fornecer o repouso que deveria ser fornecido antes, no período da manhã.
Retornando ao tema da coluna. Assisti a uma aula com o professor Marcello Árias Dias Danucalov. Excelente professor por sinal. Doutorando (com letra D maiúscula). O assunto era Psiconeuroimunoendócrino, resumindo: a mente, os poderes dela. Nessa aula ele forneceu um artigo da revista Nature (revista ao qual você tem que ser convidado a publicar algo, sendo necessário também um Prêmio Nobel) onde o cientista Richard J. Davidson e colaboradores realizaram uma experiência com três monges budistas de Dalai Lama, ao qual eles foram submetidos a vários testes e procedimentos, onde pôde ser observado que eles, durante a meditação, são capazes de alterar uma das medidas de nosso corpo mais estáveis: a temperatura corporal. Nosso corpo sempre luta para mantê-la próxima aos 37 graus Celsius. Mas eles foram capazes de aumentá-la até aproximadamente 43 graus Celsius e diminuí-la em até aproximadamente 29/30 graus Celsius.
Cientificamente comprovado: nosso cérebro pode realizar muitas façanhas. Para isso, ele tem que ser exercitado, fortalecido, ou seja, nós temos que treiná-lo a aceitar somente pensamentos positivos. Devemos nos re-educar a olhar tudo de uma forma mais otimista, termos mais paciência, nos preocuparmos menos (ou se possível, não nos preocuparmos). Para que, como disse o Doutor Danucalov, nos estressarmos em uma fila de banco, se sabemos com antecedência que iremos enfrentá-la? Não seria melhor levarmos um livro para lermos e, então, não nos queixarmos novamente de que não possuímos tempo para ler?






Se utilizássemos todo o tempo que gastamos com reclamações, para procurarmos idéias para melhorarmos algo de que não gostamos, poderíamos resolver em poucas semanas muitos, ou até todos, os pequenos problemas que nos deixam nervosos e, ao se somarem, são capazes de nos deixar doentes. O câncer aparece assim. Os problemas de coração também. Todas as doenças que você adquire são porque em dado momento você estava ou estressado demais, ou deprimido.
Nós apenas possuímos fatores genéticos que podem ou não nos transmitir algumas doenças. Porém, esses fatores apenas agirão com a liberação excessiva de cortisol e outros hormônios que destruirão nossos mecanismos de defesa (leucócitos – glóbulos brancos), matando as células, por exemplo, dos rins, e, suponhamos que você possua genes propícios a ter câncer nos rins, assim, as chances serão aumentadas drasticamente para que você adquira esse câncer.
Está comprovado cientificamente que devemos, todos, modificar nossos hábitos. Esquecermos do mundo ao nosso redor. Não assistirmos mais aos tele-jornais, que só noticiam notícias que liberam hormônios que não necessitamos durante o almoço ou janta. Não devemos mais andar com pessoas negativas ou que se queixam em demasia. Liberam hormônios demais também. Se possível, devemos arrumar 10 minutinhos do dia para meditarmos (tema que irei abordar no blog de modo mais científico após a leitura de alguns artigos).
São pequenas dicas para, aos poucos, aprendermos que, como diz o psicólogo José Ângelo Gaiarsa, na introdução de seu livro “Imagem e Individualidade”: “Concluí então que a sociedade era complexa demais para que alguém pudesse compreendê-la em sua amplitude, ou modificá-la eficaz e intencionalmente com programas políticos, leis e regulamentos”.
Assistindo a um documentário na National Gerographic Channel, sobre o budismo, percebi que o nosso mundo ocidental possui uma ignorância. Não que eles (budistas) sejam perfeitos (ninguém é!). Porém essa “ignorância” deve-se ao fato de, durante anos de nossas vidas sermos treinados para aprender. Aprender a ler, escrever, falar, caminhar, correr, etc. Depois, dedicamos anos para aperfeiçoar essa aprendizagem. Desenvolvemos um melhor raciocínio para algumas matérias, realizamos certos treinamentos para aperfeiçoar algumas capacidades motoras que desejamos melhorar, e assim por diante. Porém, o domínio da mente nós não desenvolvemos. Quero dizer, a capacidade de termos controle sobre o que pensar (sentir – pois quando você pensa em algo, momentaneamente expressa um sentimento) e quando pensar.
Isso meus amigos, chama-se LIBERDADE. Essa liberdade é a qual os monges e pessoas mais sábias (não em conhecimento teórico e científico, mas em “vida” – mais sábias em auto-conhecimento, conhecimento do que há de mais valioso nesse mundo: seu corpo, você mesmo!) procuram durante décadas para encontrar. E quando a encontram, transmitem o que é de mais valioso para um Professor, Mestre, Doutor transmitir: a compaixão, a tranqüilidade, o amor – e os caminhos para você encontrá-las . A verdadeira sabedoria!
Então, devemos fazer parte e perceber o que está acontecendo, porém não nos lançarmos em uma batalha solitária para mudar. Isso causará liberação exagerada de hormônio em vão. Se for para lutar, devemos contar com apoio, com um exército. Enquanto esse exército não bata continência para você, aprenda a surfar, aprenda a se divertir, mesmo que muitos estejam trabalhando para poucos, talvez até você esteja, mas o melhor que possa fazer é não se abalar mentalmente.




Qualquer dúvida ou sugestão: comente o blog ou envie um e-mail para rdallsantos@hotmail.com. Obrigado!



Rodrigo Dall'Aqua

Levantamento de peso - Parte II

EXIGÊNCIAS METABÓLICAS DO LEVANTAMENTO DE PESO

Continuando o trabalho sobre a modalidade Olímpica do Levantamento de Peso, iremos falar nessa segunda parte, sobre as exigências metabólicas relacionadas ao desporto em questão. Para após, estudarmos os componentes físicos e cognitivos necessários para a prática desse esporte.



Primeiramente, para entendermos o funcionamento do nosso metabolismo, utilizaremos autores referências em relação ao tema “Metabolismo humano”, FOSS e KETEYIAN (2000), que introduzem o tema da seguinte maneira: “a energia provida dos alimentos é utilizada para produzir ATP – composto químico, que quando desintegrado, tem a função de fornecer energia para a contração muscular e outros processos biológicos”.


Como esta fonte possui uma quantidade limitada dentro da célula muscular e está sendo utilizada e regenerada constantemente, o organismo oferece duas vias para que possa ser feita a ressíntese deste ATP. Sendo assim, as duas formas de obtenção de energia são: anaeróbica (ausência de oxigênio) e aeróbica (presença de oxigênio).Contextualizando ainda mais este aspecto, existem três processos comuns que produzem energia para a elaboração do ATP:


(1) o sistema ATP – PC (ou sistema fosfagênio), no qual a energia para a ressíntese do ATP provém apenas de um único composto, a fosfocreatina (PC);




(2) glicólise anaeróbica, o sistema que gera lactato, mas que proporciona ATP a partir da degradação parcial da glicose ou do glicogênio na presença de oxigênio;









(3) o sistema aeróbio, que envolve o uso de oxigênio, atráves da oxidação de carboidratos e de ácidos graxos e alguns aminoácidos (FOSS e KETEYIAN, 2000).











Porém, nenhum desses sistemas age de maneira isolada no nosso corpo, ou seja, mesmo nas atividades de curta duração e alta intensidade, há, mesmo que quase nula, a participação do terceiro sistema (aeróbio) (PEREIRA, 2007).




A figura abaixo mostra aproximadamente o tempo de duração de cada sistema, e os momentos em cada um se torna prioritário durante a atividade.










Durante o levantamento de peso, essa energia utilizada pela contração muscular é transferida, através do sistema esquelético, para a barra que está sendo levantada. Essa transferência de energia pode ocorrer pela ação das forças ao longo das articulações entre si, ou através dos torques musculares gerados em volta das articulações (GARHAMMER, 1982).
Sobre as capacidades motoras desenvolvidas no levantador de peso, Stone et al. (2006) consideram óbvio que eles possuem uma grande força e potência, e citam exemplos de diversos levantadores de elite que são capazes de levantar, sobre a cabeça, cargas três vezes maiores que o seu próprio peso corporal durante o arremesso, sendo que mais de 20 mulheres já levantaram o dobro de seu peso corporal nesse exercício.
Os autores afirmam que as principais capacidades determinantes para o rendimento no levantamento de peso são a potência e a força máxima, principalmente dos membros inferiores e do quadril.Em relação à qual capacidade física é mais utilizada, força máxima ou potência, Charniga Jr. (2001) reporta que um levantador de peso não possui tempo para impor toda a sua força máxima para o arranque pois o tempo real que ele possui para produzir tal força é menor do que 1 segundo, sendo que é necessário mais tempo para o levantador produzir uma força muscular máxima do que é utilizado em um exercício como o arranque.
Nesse sentido, Garhammer (1993) afirma que pesquisas têm mostrado que o levantamento de peso envolve uma alta produção de potência.De acordo com o ACMS (2002), diversas são as variáveis que podem influenciar na elaboração do treinamento de força e, dentre elas, podemos citar a intensidade da carga, o volume, a ordem dos exercícios, a freqüência semanal, o intervalo entre as séries e sessões, e a densidade.
Sobre o intervalo entre as séries, Bompa; Di Pasquale e Cornacchia (2004) citam que para haver uma devida recuperação do ATP e da creatina-fosfato, degradados durante o exercício, são necessários de 3 a 7 minutos de intervalo, utilizando uma carga de 80-100% de uma repetição máxima.Estudos mostram que a maior parte da recuperação do fosfagênio ocorre durante 3 minutos de repouso. Assim, presume-se que, para se realizar levantamentos máximos é necessário a maior quantidade disponível de fosfocreatina após a série com uma fadiga mínima (ou sem fadiga), sendo esse tempo mínimo de intervalo de 3 minutos importante durante treinamentos de força máxima e de potência (KRAEMER e RATAMESS, 2004).
Visto que o esporte envolve esforços de curta duração, e de alta intensidade, parece que o levantamento de peso não resulta em uma considerável adaptação do metabolismo aeróbio (CHIU e SCHILLING, 2005).



Contudo, Fahey et al apud Chiu e Schilling (2005) reportaram valores de consumo máximo de oxigênio nos levantadores de peso maiores do que em indivíduos sedentários. Os autores também sugeriram que os valores máximos de consumo de oxigênio relativos à massa corporal foram injustamente priorizados contra atletas maiores devido ao aumento da massa muscular.



Caso você possua dúvidas ou sugestões, comente o artigo. Para mais informações, envie um e-mail para rdallsantos@hotmail.com.


Agradeço a visita.

Rodrigo Dall'Aqua dos Santos

Olimpíadas de Pequim: Jogos Complexos

O segundo artigo que postarei não será com caráter científico, portando-se mais como uma coluna. Seu tema será os Jogos Olímpicos de Beijing (Pequim) 2008.
Não irei comentar sobre os atletas com chances de vitória, nem sobre as potências olímpicas que assumirão, quase que inevitavelmente, os 5 ou 10 primeiros lugares no quadro de medalhas (de acordo com Platonov, em seu último livro “Tratado Geral do Treinamento Desportivo”, a Rússia possui grandes chances de passar os norte-americanos, assumindo o primeiro lugar – e espero que assim seja!).
Irei mais adentro na história, realizando um paradoxo entre a “escravidão” dos atletas para com seus fornecedores e a “escravidão” política de duas nações dentro da China: Tibete e Hong Kong.
No primeiro caso, essa escravidão é perceptível aos olhos dos profissionais capacitados na área desportiva. Trata-se de uma relação benéfica, tanto para o atleta quanto para a marca que o representa. Porém, será que para o treinador e para toda uma equipe técnica, altamente capacitada, com doutores e profissionais de primeiro escalão, essa relação é tão importante assim? Vejamos. O atleta necessita de um material para competir. Necessita de que alguém forneça esse material, pois senão, ele teria que desembolsar muita grana para obter o equipamento adequado para a modalidade ou então, treinar sem esse equipamento (ou com um “lixo” de tanto uso). Necessita que alguém pague seu “pão de cada dia” e algo a mais. Não pode sobreviver apenas com a renda das premiações pela conquista de um campeonato (fora algumas modalidades, as premiações não são tão lucrativas assim!). Por outro lado, esses patrocinadores necessitam apenas que o atleta vença.
Atualmente observamos até uma diminuição na preocupação em relação ao atleta ser comportado fora de seu meio de trabalho. Alguns patrocinadores até se divertem quando seu patrocinado aparece em escândalos e brigas dentro da competição.
Por fim, o lado do profissional. Treinador. Preparador Físico. Etc. Que sempre sofre as críticas de repórteres e comentaristas “esportivos” que entendem muito pouco, para não dizer nada sobre preparação física, metodologias de aprendizagem, métodos de treinamento, treino técnico, treino tático, repouso e recuperação, dieta e nutrição, desempenho ótimo e desempenho máximo, etc. Esse lado, digamos, é o lado mais injustiçado da história e por isso desenvolverei uma coluna sobre ele adiante.
Atentemo-nos aos dois primeiros, principalmente ao lado do atleta, escravo, mas muitos não sabem. Talvez muito pouco não saibam, assim, alguns escondem essa sabedoria.
Quando me refiro a escravo, digo em relação ao fato de ele ter que se sujeitar a tudo para melhorar seu rendimento. Sim, falo de esteróides também. Quando citei no texto acima que “essa escravidão é perceptível aos olhos dos profissionais capacitados na área desportiva” mencionei o fato de que, nós, profissionais do desporto, temos plena certeza de que para se tornar um atleta de alto nível nos dias atuais é necessário o uso de tais substâncias. Mas não se assustem. Elas não são tão destruidoras quanto imaginamos. Mais destruidora é a mente humana. É ela que raciocina “se ele está ingerindo 50 mg de Dianabol por semana, usarei 200 mg!”. Pensamento ignorante, sem sequer uma pesquisa nas referências. E não são poucas que temos pela internet.
Mas por favor! Refiro-me a artigos científicos de pesquisadores como Charles Yesalis, Bahrke MS, Santora, etc. Caso não possua um domínio da área para lê-los, procure um profissional, alguém com capacidade para entendê-los sem possuir uma visão fechada sobre o assunto (pois alguns teimam que, de acordo com “relatos”, essas drogas são exclusivamente maléficas).
Retornando ao tema, o único problema da “escravidão atlética” é que, como dito anteriormente, os atletas que estarão nos Jogos Olímpicos de Pequim, e que entrarão para disputar a medalha de ouro, nos desportos individuais e, em alguns casos, nos coletivos, estarão certamente dopados. Ou terão usado alguma substância durante o período de treinamento para facilitar a recuperação pós-sessão de treino, auxiliando na melhora do desempenho. Analisando a história, percebemos que substâncias para suportar o cansaço e aumentar o vigor físico já eram usadas há séculos, embora não possuíssem conotação de doping (MOURA SANTOS, 2007).
Assim, é ingenuidade demais acreditar que, com toda a facilidade dos tempos modernos, da globalização, um atleta não esteja disposto a tudo para conquistar uma medalha, ou, como gostaria de colocar, que o patrocinador desse atleta não o obrigue a utilizar todos os meios possíveis para assegurar um lugar ao pódio, ostentando, antes da bandeira de seu país, a marca que o patrocina! Como diria a introdução do livro “O poderoso chefão” de Mario Puzo: “por trás de toda grande fortuna há um crime”.
Isso, acredito que seja a GLOBALIZAÇÃO, onde os esteróides utilizados pelos americanos, também estão sendo utilizados pelos brasileiros, japoneses, chineses e russos. Russos não. Esses são um caso à parte. Os criadores dos esteróides, juntamente com os alemães! Os deuses!!!
Em relação à questão política, como não sou um estudioso da área (e não possuo interesse em ser), limitar-me-ei a dizer o seguinte: assim como os esteróides estão presentes no Esporte e ninguém na mídia faz questão de citá-los, o Tibete e Hong Kong também são casos típicos de um interesse maior: o interesse monetário, financeiro. Há anos que esse povo está aclamando liberdade. Há anos que não vem conseguindo. Mais tempo do que o povo iraquiano. Por que a potência americana não os auxilia? Não possuem petróleo. São pequenos. Encrenca demais com a China. Então, que a China resolva seus problemas antes dos Jogos, de preferência. Não quero que nada atrapalhe alguns dias de festas. Nem mesmo a vida de alguns “miseráveis” (mas com sabedoria maior do que a nossa) tibetanos. É triste!





Dúvidas ou sugestões: postem comentários ou enviem por e-mail para rdallsantos@hotmail.com
Obrigado!
Rodrigo Dall'Aqua dos Santos

Levantamento de peso - Parte I

INTRODUÇÃO
Primeiramente, gostaria de agradecer a visita do leitor, e comunicar que este tema (Levantamento de Peso) será dividio em partes ao longo de diversos artigos para facilitar a compreensão dessa modalidade.

Nessa primeira parte, citarei a história e conceituarei os termos e os dois exercícios de competição (o arranque e o arremesso).

O esporte Levantamento de Peso é geralmente referido como levantamento (estilo) olímpico por ter destaque em competições nos jogos olímpicos (Garhammer e Takano, 2006). Porém esse termo “Levantamento Olímpico” é inapropriado para a maioria dos atletas, pois deveria ser reservado para os indivíduos de elite que competem no levantamento de peso nos Jogos Olímpicos.
Assim, o termo “levantadores de peso” refere-se justamente aos indivíduos que treinam e competem no chamado levantamento olímpico (Chiu e Schilling, 2005).

Como uma atividade atlética básica, e um significado natural de medir força e potência, o levantamento de peso esteve presente nas antigas culturas dentre elas, de acordo com Carvalho e Santos (2006), a cultura egípcia e a grega, sendo que, de acordo com Stone et al. (2006), o levantamento de peso pode ter sido praticado há mais de quatro mil anos. A prova destes registros pôde ser encontrada no túmulo egípcio do príncipe Baghti, datado em aproximadamente 2040 AC, que continha ilustrações de movimentos de força e levantamento de peso.
Na própria China, onde serão realizados os Jogos Olímpicos de 2008, no final da dinastia Chow (em meados de 1122.AC) a condição indispensável para que os homens fossem admitidos como soldados no exército, era sua aprovação no teste de levantamento de peso (STONE e KIRKSEY, 2003; COLLI, 2004; STONE et. al, 2006).

O levantamento de peso, que antes era apenas uma modalidade masculina nos jogos, passou a ter a participação das mulheres. Este episódio foi iniciado oficialmente em 1987 no campeonato mundial de levantamento de peso feminino, em Daytona, na Flórida. Somente treze anos mais tarde, o levantamento de peso feminino foi incluído nos jogos olímpicos de Sidney em 2000 e disputado em sete categorias (GARHAMMER e TAKANO, 2006).
As competições de levantamento de peso nos jogos olímpicos e campeonatos mundiais incluíam levantamentos com um e dois braços (1896 a 1925), até que o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu limitar deixando somente, o supino, que de acordo com o Stanica (2007) o exercício, referido por Stone e Kirksey (2003, pg. 861) como “supino”, seria um equívoco de tradução, pois na verdade o exercício competitivo usado nessa época fora o estilo desenvolvimento ou “militar press” também chamado, de acordo com El-Hewie (2003), "two handed clean and press"(um arremesso com a diferença de que no segundo tempo a barra era levantada do peito/ombro até acima da cabeça em força, sem nenhum impulso adicional das pernas), o arranque e o arremesso. Estes três tipos de levantamento permaneceram até 1972, ano em que fora excluído o desenvolvimento ou “militar press” devido aos grandes problemas de saúde e arbitragem que trazia.
Para o melhor entendimento dessas modalidades, primeiramente será descrita a classificação da modalidade, onde explicaremos as duas modalidades do levantamento de peso, o arranque e o arremesso, e definiremos os termos mais importantes.

Em outros artigos, analisaremos as regras da competição, as capacidades motoras e cognitivas mais exigidas nesse esporte para então entrarmos no metabolismo predominante.

CLASSIFICAÇÃO DA MODALIDADE

Como dito anteriormente, o levantamento de peso é composto de dois levantamentos sobre a cabeça, o arranque (“snatch”) e o arremesso (“clean and jerk”) (Garhammer, 1993), sendo um esporte de força no qual o atleta tem como objetivo, executar o movimento de levantar com as duas mãos uma barra de ferro com discos de pesos afixados nas extremidades, do solo até acima da cabeça. O atleta que levantar o maior peso possível no somatório das modalidades de arranque e arremesso é o vencedor (COLLI, 2004).

A barra oficial de levantamento de peso é diferente entre os sexos: a barra masculina pesa 20 quilos e possui 2,20 metros de comprimento, enquanto a barra feminina é um pouco mais leve, possui 15 quilos, tem 2.01 metros de comprimento. A distância entre os discos de peso são de 1.31 metros, com tolerância de 0.05 milímetros a mais ou a menos (IWF, 2007).
As competições oficiais são organizadas por sexo, e categorias por idade e massa corporal. Os atletas competem em: categoria Juvenil (até 17 anos), Junior (até 20 anos) e Sênior (acima de 20 anos). Existem oito categorias de massa corporal para os homens, são elas: 56 kg; 62 kg; 69 kg; 77 kg; 85 kg; 94 kg; 105 kg e acima de 105 kg. Para as mulheres, são sete as categorias estabelecidas: 48 kg; 53 kg; 58 kg; 63 kg; 69 kg; 75 kg; e acima de 75 kg (IWF, 2007).
A seguir, analisaremos as duas modalidades do levantamento de peso: o arranque e o arremesso.
Arranque: O Arranque é o primeiro exercício competitivo, sua duração total é de aproximadamente 3 segundos e, durante a sua execução, a barra é levantada do chão até que os braços estejam estendidos sobre a cabeça em um único e contínuo movimento (Fleck e Kraemer, 2006; Garhammer e Takano, 2006; Olshansky, 2008), sendo também referido como o levantamento de apenas um movimento GARHAMMER, 1989).
Os atletas quando realizam o movimento de arranque, costumam utilizar uma longa distância entre as mãos, para diminuir a altura em que a barra deve ser elevada, e o peso da barra, usualmente, chega a ser aproximadamente 80% do peso da barra no arremesso (Charniga Jr., 2001). Outro artifício muito utilizado no levantamento de arranque é a posição de agachamento profundo, denominado “agachamento de arranque” que possui o mesmo objetivo de diminuir a altura de elevação da barra, porém exige muita flexibilidade dos ombros e articulações dos membros inferiores (ESCAMILLA; LANDER e GARHAMMER, 2003).
De acordo com Escamilla; Lander e Garhammer (2003), no início do movimento, o atleta posiciona seus pés na posição inicial de modo que a projeção da barra esteja acima do meio dos pés. O tronco do atleta está inclinado para frente em um ângulo de aproximadamente 45º, mantendo as costas eretas e o quadril na mesma altura dos joelhos, através da flexão de ambos (Roman, 1970). Bartonietz (1996) cita que os atletas mais altos flexionam mais os joelhos (aproximadamente 47º de flexão) do que os mais baixos (chegam a ter um ângulo de flexão de joelhos de apenas 80º).
Durante o movimento, conhecido como primeira puxada, a barra é levantada do chão até acima dos joelhos, através da extensão do quadril, joelhos, e a leve flexão dos tornozelos, enquanto a posição dos braços não muda e existe uma forte tensão isométrica nos músculos eretores da espinha, para manter as costas em postura ereta. Conforme Chiu e Schilling (2005), os eretores da espinha criam uma posterior divisão de forças para opor a anterior divisão das forças gravitacionais, as quais, concomitantemente com as forças de compressão geradas, aumentam a estabilidade da coluna. Os elevadores da escápula e os extensores dos ombros mantêm a barra perto do corpo. Nessa posição, apesar de o levantador ser capaz de produzir grandes forças, o movimento não pode ser realizado em alta velocidade com cargas pesadas.
Quando a barra passa pelo nível dos joelhos, é o fim da primeira puxada e a fase de preparação para a segunda puxada (Escamilla; Lander e Garhammer, 2003; Oleshko, 2008;). Nesse momento, Oleshko (2008, p. 29) cita que “(...) os esforços do atleta aumentam rapidamente e, em 0,08 a 0,12s, atingem 140 a 160% do peso levantado”.

Assim que a barra passa da altura dos joelhos, os mesmos são flexionados deslocando-se para frente, movendo-se sob a barra. O quadril dos atletas se move com a barra deslizando sobre as coxas, e as costas do atleta ficam em posição mais vertical (Escamilla; Lander e Garhammer, 2003), caracterizando a puxada completa, conhecida também como dupla flexão de joelhos (STONE e KIRKSEY, 2003).

A duração da segunda puxada é de aproximadamente 1 a 2 segundos, onde a barra é acelerada ao máximo, resultando na propulsão da barra para cima através dos movimentos de extensão de joelhos e quadril, de flexão de tornozelos e da elevação da cintura escapular. Roman (1970) também chama a fase de segunda puxada como fase de explosão, onde ele cita que a barra deve atingir uma velocidade de no mínimo 1,70 m/s ao final dessa fase e início da fase seguinte (OLESHKO, 2008).

Chiu e Schilling (2005) citam que, provavelmente, a maior e mais esquecida característica do arranque e, também do arremesso, seja a recepção da barra, tanto sobre a cabeça ou sobre os ombros. Os autores citam que nos círculos de levantamento de peso, isso é denominado como “meeting the bar” (“encontrando a barra”), ou descanso ativo durante o momento de queda (troca de uma posição alta para uma mais baixa) da barra, exigindo uma ativação dos músculos antagonistas em uma particular ação excêntrica e isométrica. Charniga Jr. (2003) cita que o levantador, nessa fase, tem que trocar de direção instantaneamente, encontrar uma nova base de apoio, amortecer o caminho descendente da barra, fazer a “receptação” (“meeting the bar”), e por fim, estabelecer e manter o equilíbrio. Tudo isso em uma fração de segundo, para após realizar a fase ascendente.
De acordo com Baumann et al. (1988) a altura máxima alcançada pela barra aumenta com o aumento da estatura do atleta, porém, com uma pequena variação, a altura à qual a barra é levantada corresponde a 60% da estatura do levantador. Porém, Charniga Jr. (2003) cita que levantar a barra até a altura correta (60% da estatura do atleta) não significa necessariamente realizar com sucesso o levantamento. Ele explica que o levantador deve ter uma habilidade de alternar a posição de levantar para a de receber a barra no agachamento.
A próxima etapa consiste no levantamento, realizado por conta da extensão da perna nas articulações coxofemoral e do joelho, com o objetivo de manter o equilíbrio geral da barra e realizar as ações preparatórias para a fixação, momento o qual o atleta tem de permanecer ereto, com os braços e pernas estendidos e mantendo o peso imóvel até o sinal do juiz para que o peso seja recolocado na plataforma (OLESHKO, 2008).

A figura abaixo mostra um atleta russo realizando a fase de agachamento profundo no arranque.


Arremesso: A modalidade de arremesso é bem parecida com a de arranque em sua primeira fase, porém é realizada com uma maior proximidade das mãos, devido ao fato de a barra ser direcionada até o nível dos ombros, apoiada na clavícula, deltóide e nas mãos, para depois ser deslocada acima da cabeça com os braços estendidos (GARHAMMER e TAKANO, 2006).

A posição inicial é semelhante à do arranque, porém a inclinação do tronco é menor (aproximadamente 55º), fazendo com que os membros superiores fiquem de 10 a 15 cm mais alto do que durante a mesma fase no arranque (ROMAN, 1970; OLESHKO, 2008).

De acordo com Stone e Kirksey (2003), o início do movimento de arremesso acontece com os músculos extensores das pernas, e os braços do atleta encontram-se totalmente estendidos, sendo que a posição das costas é ereta conforme a modalidade anterior. A barra é levantada até a linha dos joelhos deslocando o centro de pressão que era nas costas para os calcanhares.

Após isso, ocorre a fase de transição, onde, através de um movimento rápido e explosivo, a barra é levantada para cima e, ao mesmo tempo, o atleta realiza um agachamento profundo, onde ele direciona a barra ao peito e, simultaneamente, desloca os cotovelos para frente. Em seguida, o tronco desloca-se um pouco para baixo enquanto os cotovelos são elevados. Então se realiza, da forma mais rápida possível, o movimento de extensão dos joelhos e a fase de impulso, onde o atleta se move sobre a barra apoiando-a nos ombros, e com ela fica em posição ereta finalizando a chamada fase de “clean” (OLESHKO, 2008; GARHAMMER, 1989).

Na próxima fase, conhecida como “jerk”, o início do movimento é caracterizado por um leve agachamento através da contração excêntrica dos extensores das pernas e do quadril, seguida imediatamente por uma rápida extensão (momento em que o atleta empurra a barra para cima). Enfim o levantador adquire a postura totalmente ereta com os pés em paralelo, finalizando o movimento de arremesso (STONE e KIRKSEY, 2003; CHIU e SCHILLING, 2005).

Para finalizar, é importante salientar que a recepção da barra sobre a cabeça no “jerk” é semelhante à que ocorre no arranque, exceto pelas maiores cargas da barra que podem ser levantadas no arremesso (CHIU e SCHILLING, 2005).

As figuras abaixo mostram atletas realizando diferentes fases no arremesso.







Nos próximos textos, analisaremos as regras da competição, discutiremos sobre as exigências metabólicas e os componentes físicos e cognitivos necessários para a prática desse esporte.
Obrigado!
Rodrigo Dall'Aqua