segunda-feira, 28 de abril de 2008

ENTREVISTA I

Atleta: Xandão
Nome: Carlos Alexandre da Silveira Dias.
Data de Nascimento: 25 de outubro de 1956.
Modalidade: Levantamentos Básicos




PREFÁCIO

Durante 3,5 bilhões de anos as bactérias (pró-cariotes) foram resolvendo, passo a passo, todos os encadeamentos bioquímicos que edificam e decompõem os constituintes da vida. Desenvolveu-se o primeiro DNA. As bactérias passaram então a fazer simbioses entre si, gerando o núcleo e os protistas. Elas aprenderam mil maneiras de aproveitar as substâncias inanimadas a fim de produzirem a si mesmas, de se manterem vivas e de se reproduzirem. Aprenderam biologia molecular – e como!
Desenvolviam-se no mar as algas azuis (3 bilhões de anos atrás), inventoras da clorofila – fonte de energia solar, universal, gratuita para todos os viventes.
Os invertebrados moles, no mar, começaram, redondo, a 700 milhões de anos, e com os esqueletos, a 570 milhões de anos.
Também no mar surgiram os primeiros vertebrados, os peixes, antes da existência dos vegetais. Os mamíferos apareceram 50 milhões de anos antes das aves.
Após o surgimento dos mamíferos, foi uma questão de tempo (milhões de anos) para que surgisse o Australopithecus, Paranthropus e Kenyanthropus, todos com hábitos semelhantes de vida, assim como o seu aspecto parecido com o chimpanzé. Depois houve a evolução para Homo ergaster e Homo erectus,...chegando a subespécie nossa "Homo Sapiens sapiens".



Séculos e séculos se passaram. Então, após tantas guerras e destruições...eis que surge...na metade do século XX, a CAVERNA!




A bióloga Lynn Margullis, nascida um século após Darwin, também possui um conhecimento amplo e profundo sobre tudo que é vivo e dotada de uma inteligência e sabedoria excepcional, encontrou um número infindável de fatos que mestre Charles ignorava. Baseada em fatos, avançou na idéia pela qual vem batalhando tenazmente, contra a resistência de diversos biólogos mais tradicionais: toda a vida é simbiótica! A natureza desde bem cedo descobriu que juntar dois ou mais indivíduos de espécies diferentes é a maneira mais fácil de produzir “superorganismos”!
Como é lógico: para os seres vivos 1 + 1 não são 2. É outra coisa.
Partindo dessa filosofia, Zeus (ou Júpiter), o rei dos deuses, deus do céu, da luz do tempo, do raio e do trovão. Também provido de enorme conhecimento e sabedoria, resolveu descer a Terra para procriar com outro tipo de ser vivo, porém mortal: o ser humano. Assim, como resultado dessa procriação, surgiu Xandão –O Gigantão!


Entrevista
1. Explique as modalidades do Levantamento Básico. E qual o senhor considera mais importante?
As modalidades são supino, Levantamento Terra e Agachamento. Em minha opinião o Agachamento é o exercício mais importante por compor todos os grupos musculares do nosso corpo. E para realizar um agachamento não é para qualquer um. É o melhor desenvolvimento de supino, melhor desenvolvimento do Levantamento terra, esse é o atleta competente para fazer o agachamento.
2. Comente sobre sua história dentro do halterofilismo. E comente os pontos mais marcantes.
Minha história faz 35 anos. Comecei com 15 anos, na antiga Força e Saúde em Porto Alegre (onde hoje é um supermercado). Mas 30-60 dias depois, meu tio, que me introduziu (introduziu no sentido de colocar-me na prática do halterofilismo): Flávio Moraes, quem me levou para a Academia Atlas, aonde iniciei, com o Turcão (meu primeiro mentor, meu primeiro treinador), a prática do exercício de halterofilismo. A história é longa.
Tudo começou com os campeonatos internos em academias. 21 campeonatos gaúchos, 4 Pan-americanos, 3 ou 4 Sul Americanos e 4 brasileiros (todos na modalidade do Agachamento).-Pontos mais marcantes.
Os mais importantes não foram os campeonatos. Foram a parceria e a interação com as pessoas com quem até hoje praticam esse exercício (que não é para qualquer um!). Se existe um exercício escolhido, ele é o halterofilismo.
3. Principais títulos e conquistas ao redor do Mundo do Halterofilismo.
Mundo do halterofilismo?! Muito Obrigado! Você não tem fita para gravar tudo isso. Meu principal título é ser amigo dos atletas (e ser um) da academia Physical.
4. Quais são seus maiores ídolos no esporte? E seus mentores?
Eu devo muito para meu tio Flávio Moraes, no ano de mil novecentos e alguma coisinha, quem me trouxe para o halterofilismo. E a pessoa mais importante durante o meu re-começo no mundo dos halteres foi o senhor Rubem Carlos (ou Tubarão!)
5. Qual sua opinião em relação aos esteróides?
O atleta de ponta... muito cuidado nessa sua pergunta! (e por sinal muito inteligente)...O esteróide anabolizante é um produto químico necessário para atleta de ponta. Nós somos brasileiros, e como brasileiros somos mal informados. Se nós tomamos...você já deve ter ouvido a expressão “bombado!”. Isso é uma grande ofensa para um halterofilista. O esteróide anabolizante pode ser necessário quando há o acompanhamento médico; e quando instruído também por um profissional de Educação Física, de Fisioterapia, etc. No acompanhamento de um exercício físico orientado. Não tenho nada contra o esteróide anabolizante. Eu sou completamente contra fenótipos criados temporariamente objetivando um resultado simplesmente visual, pois o resultado em termos de rendimento absolutamente não existe nesses casos.
6. Você se lesionou há aproximadamente um ano e meio. Você acredita que a lesão faz parte do esporte? Acreditando que ela faz parte de um processo de seleção natural, onde o atleta que supera a lesão torna-se mais forte?
Perfeito. Praticamente respondeu tudo. Só se lesiona quem ousa. Quem deseja a superação. Exercício a 100% da carga para um atleta de halterofilismo não existe. Sempre acima disso. A lesão é momentânea e temporária. Pior seria a dor se eu não treinasse.
7. Sendo o halterofilismo uma modalidade esportiva individual, a concentração é um fator fundamental. Oleshko (2008) cita que a primeira fase, tanto no arranque quanto no arremesso nos levantamentos de peso (estilo olímpico), é a “interação do atleta com a barra”. Você acredita? Comente.
Acredito. A segunda fase é a respiração. A terceira fase é a concentração (que já estava presente na primeira fase, então podendo ser considerada como uma subdivisão da primeira fase) e movimento final, ele faz parte do treinamento (do dia-a-dia). Esta interação final ela faz parte desses momentos, se essa interação não houver, não existe o exercício (competitivo no caso).
8. Você voltará a competir?
Certamente! Estou vivo, não estou?! Estou treinando! Na única academia que existe. Possui condições em termos de peso, psicológico, grupo, equipe e atletas. Estou fazendo o que aqui, se não sou competidor?!

Mestre Tubarão, Xandão e Rodrigo

Terminamos a entrevista com um dos maiores (em tamanho, conquista e em caráter) atletas que o nosso Rio Grande do Sul já teve em competições de força, que por sinal, ainda são muito pouco (ou nada) divulgadas nesse país. A entrevista foi em um tom de brincadeira para tornarmos a leitura mais agradável, sendo qualquer parentesco do entrevistado com o deus da mitologia grega, Zeus, apenas mera coincidência!

Qualquer dúvida ou sugestão, comente o blog ou envie um e-mail para rdallsantos@hotmail.com.

Obrigado!

Rodrigo Dall'Aqua

Um comentário:

Anônimo disse...

Espetacular, o Xandão é um atleta ímpar, pois ajudou e muitoa instituição do halterofilismo.